VISITAS A MUSEUS PODEM SER TÃO BENÉFICAS À SAÚDE QUANTO A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS
- Rede Oiti
- 8 de fev. de 2019
- 2 min de leitura

Para os amantes de artes, que não têm tanta afinidade com o esporte, a notícia é maravilhosa
Você já pensou em sair do médico com uma receita que recomenda passeios culturais? No Canadá, o Museu de Belas Artes de Montreal (MMFA) deu início a um programa que propõe aos médicos membros do Médecins francophones du Canada, uma associação de especialistas da região, a receitar até 50 visitas a galerias de artepara seus pacientes. Cada recomendação inclui ingressos para dois adultos e duas crianças, um remédio para toda a família.
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Tal iniciativa aconteceu após a revelação de pesquisas que apontam que passeios desse tipo são tão benéficos quanto praticar atividades físicas, um ponto extra para o impacto da cultura em nossas vidas.
Comprometido com as descobertas científicas sobre a arte, o MMFA criou, em 2017, um Comitê Consultivo de Arte e Saúde, que apoia estudos feitos por profissionais da medicina. Em uma das pesquisas realizadas, mulheres que sofrem com anorexia foram avaliadas durante visitas em grupo a museus, seguidas de oficinas de pintura. A conclusão foi que as sessões ajudam essas pessoas a socializar, oferecendo novas formas de comunicação.
Outro estudo, também em colaboração com o MMFA, indicou que pessoas sobreviventes a ataques cardíacos (dentre elas, muitas também sofriam depressão) apresentam níveis reduzidos de ansiedade após uma visita a um local ou workshop de arte. Também foi descoberto que uma viagem a um museu melhora sintomas como falta de ar e pode ser benéfica para pessoas que possuem doenças mentais.
Isso acontece, porque, da mesma forma que os exercícios físicos podem trazer vantagens para o funcionamento do cérebro, os passeios culturais também conectam os órgãos do corpo, como coração e pulmão, à mente, como se fosse um auxílio para tratamentos físicos e pscológicos. Além disso, todos os nossos sentidos são aguçados nesse tipo de experiência, já que atividades cognitivas complexas também propõem um engajamento reflexivo e emocional.
Porém, esse tipo de tratamento não funciona como um passe de mágica. Para conseguir atingir os benefícios, a pessoa precisa estar presente no momento, se divertir, refletir e aproveitar ao máximo, já que a arte não é feita apenas para a observação superficial, mas para gerar impacto e diferentes tipos de interpretações. De volta ao estudo que olha para indivíduos que já sofreram de problemas cardíacos, os resultados entre aqueles que não tinham afinidade com a arte e não se divertiam em aulas de pintura foram estressantes, aumentando os níveis de ansiedade.
Mesmo que não seja eficaz para todas as pessoas, as conclusões positivas apontam o investimento em conhecimento e cultura como uma alternativa para tratamentos de problemas que envolvem o corpo física e mentalmente. O desafio que resta para o mundo todo é o reconhecimento deste tipo de atividade entre os especialistas da medicina convencional.
POR BIANCA ALVES
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