BH e outras capitais têm panelaço após Bolsonaro repetir que há 'histeria' sobre Covid-19
- Rede Oiti
- 18 de mar. de 2020
- 3 min de leitura

Moradores de bairros de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília se anteciparam na noite desta terça-feira (17) a um protesto marcado para esta quarta-feira (18) pelas redes sociais e fizeram panelaços e entoaram gritos de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. Além de bater panelas nos bairros Funcionários, Lourdes e Centro, em Belo Horizonte, algumas pessoas gritavam 'fora, Bolsonaro'.
Em São Paulo, houve registro de manifestações na Pompeia, Vila Madalena, Perdizes, Vila Romana e Água Branca, na zona Oeste, Vila Buarque, Bela Vista, República e Santa Cecília, no centro. Na zona sul, foram registrados panelaços no Morumbi.
Na Pompeia, moradores de casas e prédios residenciais bateram panelas e gritavam "Fora, Bolsonaro" e "Ele, não". Alguns manifestantes também faziam as luzes piscar e outros, barulho com vuvuzelas. Na Vila Madalena e Higienópolis, muitos gritos de "Fora, Bolsonaro" foram relatados.
No Rio, houve registro de protestos no Jardim Botânico e Laranjeiras. Em Brasília, na Asa Norte, não foi registrado panelaço, mas houve muitos gritos de protesto.
Bolsonaro
Nessa terça-feira (18), em entrevista à rádio Tupi, do Rio de Janeiro, Bolsonaro voltou a afirmar que vê “histeria” em relação ao novo coronavírus. Ele também criticou medidas para evitar aglomerações adotadas por governadores para conter o avanço do vírus no país. Para Bolsonaro, as medidas vão prejudicar o crescimento econômico do país.
“Olha, a economia estava indo bem, fizemos algumas reformas, os números bem demonstravam taxa de juros lá embaixo, o risco, a confiança no Brasil, a questão de risco Brasil também. Então, estava indo bem. Esse vírus trouxe uma certa histeria”, disse.
Líderes do mundo inteiro, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declararam guerra para conter o avanço, com adoção de medidas drásticas.Na contramão mundial, Bolsonaro continua minimizando a gravidade da situação.
Bolsonaro criticou medidas de restrição de circulação de pessoas, adotadas pelos estados, como a suspensão de aulas. “Tem alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, mas estão tomando medidas que vão prejudicar em muito a nossa economia”, afirmou o presidente.
Bolsonaro afirmou que o transporte público em cidades como Rio e São Paulo está “lotado”.
“A vida continua, não tem que ter histeria. Não é porque tem uma aglomeração de pessoas aqui ou acolá esporadicamente. Tem que ser atacado exatamente isso, tirar a histeria”, argumentou.
Após a repercussão negativa, o presidente adotou postura diferente em mensagens no Twitter: “Nós somos acostumados a superar as adversidades. Na tempestade, ajudamos uns aos outros. Somos uma nação de irmãos. Nenhum vírus é mais forte do que o nosso povo. Estamos lutando e faremos o que for necessário para proteger a vida de cada brasileiro!”
Casos
O coronavírus matou uma pessoa e infectou mais de 300 pessoas no país. Outras cinco mortes (quatro em São Paulo e uma no Rio) são investigadas. Já o número de casos suspeitos pularam de 2.064 para 8.818.
Minas Gerais tem 14 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19), segundo boletim divulgado nesta terça-feira (17) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). 692 casos suspeitos ainda são investigados.
Em entrevista coletiva nessa terça-feira (17), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o pico da doença deve ocorrer em abril e maio e pediu para as pessoas cuidarem dos idosos.
“Teremos em torno de 20 semanas a partir do surto que serão extremamente duras para as pessoas. Cuidem dos idosos. Crianças são assintomáticas e não desenvolvem uma coriza. Pedir para que os avós não os beije e não dê colo é duro. O momento agora é de proteger. Quanto menos idosos, menos leitos de CTI precisarão ser utilizados", disse Mandetta.
Por Redação /Agência Brasil
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