Faixas ofendem político da China em embaixada, que chama ato de "palhaçada"
- Rede Oiti
- 22 de mar. de 2020
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Dois dias após a polêmica criada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a "culpa" pelo coronavírus, faixas com ofensas foram colocadas em frente à Embaixada da China em Brasília. Os dizeres foram fincados em frente à unidade diplomática na tarde de sexta-feira (20). Houve uma filmagem e, depois, as faixas foram retiradas supostamente pela mesma pessoa, ainda não identificada.O ministro conselheiro da Embaixada, Qu Yuhui, disse que suspeita que uma pessoa foi paga para fazer o serviço. "É uma palhaçada, né?", afirmou ele ao UOL na manhã deste sábado (21).
"A pessoa obviamente foi paga só para fazer um vídeo. Cumpriu a missão e saiu." Yuhui disse que a segurança da embaixada não teve tempo de identificar a pessoa que colocou as faixas.
Vídeos com as ofensas aos políticos chineses passaram a circular em redes sociais. Em um deles, feito a partir de um automóvel, um homem branco, de camisa amarela, boné escuro e calça creme filma duas faixas com palavrões em português e em inglês.
Nelas, o alvo é o presidente da China, Xi Jinping. Uma chama o coronavírus de "China virus" ou vírus da China. Outra utiliza um palavrão que militantes de extrema-direita passaram a difundir depois que um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), reclamou de uma reportagem da revista Veja.
Na quarta-feira (18), Eduardo Bolsonaro divulgou uma nota em rede social dizendo que a "culpa" do coronavírus era a China e seu governo, comandado pelo Partido Comunista Chinês. Fez comparação com o desastre de Chernobyl, na União Soviética, no século passado.
Em resposta, a Embaixada da China exigiu um pedido de desculpas e disse que o deputado sofria com um "vírus mental". Mas o chefe do Itamaraty, Ernesto Araújo, não pediu desculpas, e ainda exigiu que a embaixada chinesa, sim, se retratasse.
O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato, cobrou que o presidente Jair Bolsonaro desmentisse o filho, sob pena de assumir que estava concordando com ele. Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), pediram desculpas aos chineses.
Ontem, Jair Bolsonaro disse que não pediria desculpas. No entanto, afirmou que o assunto era "página virada" e que a relação do país com os chineses era "muito boa".
Fonte: Eduardo MilitãoDo UOL, em Brasília21/03/2020 10h51
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